quinta-feira, 18 de julho de 2013

Sempre uma claustrofobia, um pavor de chegar lá dentro, ao que carrega fundo e escuro num recanto da alma. De pés nus, um sentir a terra que suga as forças, para logo as devolver mais plenas do que nunca. Porque depois de cada tempestade, sempre vem uma bonança. Uma paz ao espírito e ao corpo igual a nenhuma outra à face da terra. Porque quando se é destinado a ser uma divindade, não se pode simplesmente remeter à posição plebeia do comum mortal. Se nasceste para ser grande, sê-o em plenitude, mas sê o que és, replica aquilo em que acreditas, entrega-te sem reservas ou juízos de valor. Porque um dia virá em que saberás que foste feliz, completo, realizado. E todas as dores, todos os espinhos, todos os tecidos rasgados, todas as feridas abertas, todas as tormentas, todos os podres e todas as máculas terão valido a pena. Porque foste humano, andaste descalço, amaste, fodeste, comeste e bebeste e fumaste e deixaste uma parte de ti nessa matéria a que chamam Terra. Terra Mãe, chamam-lhe alguns. Abre a janela, afasta essas portadas e deixa a luz escorrer por ti abaixo, encher-te de guerreira um pouco mais para logo a seguir lançar-te aos leões. 

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