quinta-feira, 30 de maio de 2013

E foi aí que percebi. Lisboa não podia continuar a ser a cidade de onde fugia impreterivelmente todas as sextas-feiras. Lisboa é cheia de cantos, recantos e encantos onde me comecei a perder um dia atrás do outro, e pelos quais caía de amores a cada nova descoberta.

Passei a trazê-la cozida ao peito, como se do ventre alfacinha tivesse eu nascido, e dessas descobertas nasceu um amor que volta e meia ainda me trás lágrimas ao olhos pelas memórias que os lugares carregam quando os visito. São lugares pejados de imagens, embrulhados em palavras, sonantes nas músicas que ostentam. E plenos de reminiscências que pedem novas imagens, palavras, músicas. Porque as memórias velhas trazem agarradas a elas uma melancolia para a qual não quero ter espaço. E do velho Lisboa faz novo, reinventa-se e reinventa-me, leva-me para me perder dentro dela e devolve-me ao Tejo, às avenidas, às esplanadas e aos miradouros. E humilde, aceito e retribuo, dou-me inteira, e recebo ainda mais. 

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